extra campo
extra field
Mais do que a hiper-realidade frequentemente associada às ferramentas de inteligência artificial, tenho buscado usar essa tecnologia para refletir sobre o não tão óbvio; sobre o que faz parte, mas, não é visto; sobre o que está no "Extracampo".
"Sou cego de tanto vê-la" como disse Caetano na música O Estrangeiro. Ao nos acostumarmos com a presença o extraordinário se torna comum e revela um paradoxo da percepção. A "familiaridade" que traz o conforto e a segurança é a mesma que provoca a desensibilização.
A cegueira perceptiva não deriva da falta de visão e sim do excesso. Em "Extracampo" a inteligência artificial se apropria de imagens icônicas, reconhecidas por suas narrativas visuais específicas, e as transforma em campos de interpretação abertos. Agora ausentes, as fotografias dão lugar ao que percebemos delas no espaço da memória.
Nesse momento de saturação de estímulos e profusão de imagens, me interessa explorar os processos de "limpeza" perceptiva que permitam acessar outras formas de leitura e interpretação.
O que você vê?
More than the hyper-reality often associated with artificial intelligence tools, I have sought to use this technology to reflect on the not so obvious; on what is part of the scene but is not seen; on what is "Extracampo".
"I am blind from seeing her so much" as Caetano said in the song O Estrangeiro. When we get used to the presence of the extraordinary, it becomes common and reveals a paradox of perception. The "familiarity" that brings comfort and security is the same thing that causes desensitization.
Perceptual blindness does not come from a lack of vision but from excess. In "Extracampo" artificial intelligence appropriates iconic images, recognized by their specific visual narratives, and transforms them into open fields of interpretation. Now absent, the photographs give way to what we perceive of them in the space of memory.
In this moment of saturation of stimuli and profusion of images, I am interested in exploring the processes of perceptive "cleansing" that allow access to other forms of reading and interpretation.
What do you see?
mateus morbeck